Como é difícil publicar um livro!
Sem modéstia, meus textos têm qualidade, tanto que tive meu primeiro livro publicado sem pagar um tostão por isso. Mandei o original para editoras e uma delas se interessou. Depois, outra editora quis o segundo texto e… Pimba! Mais um livro publicado sem qualquer desembolso. Uma terceira gostou de outro título, assinamos o contrato e aí veio a recessão. Fui formalmente informada de que as vendas para escolas, entidades e governos estavam paradas, e que a publicação seria atrasada. Pior: sem data marcada. Muito corretamente, se colocavam à disposição para um distrato, se eu assim preferisse.
Não, não prefiro.
Não vou começar tudo de novo, oferecendo meus textos para outras editoras que, certamente, também têm seus próprios problemas. Mantive o contrato e enquanto aguardo decidi publicar um livro de forma independente, dessa vez por uma editora virtual. O texto caprichado, revisto e formatado, pode ser baixado pela Amazon ou outras livrarias. Paguei a edição e a capa, e me rendi ao mundo virtual, muito mais barato e, por isso mesmo, mais eficiente e acessível.
Estou feliz? Não.
Nada contra editoras virtuais, muito pelo contrário. Fazem um excelente trabalho possibilitando a nós, autores, publicar nossos textos a um custo baixo. Estaria tudo perfeito se os alunos das escolas tivessem acesso aos livros virtuais, ou o hábito de baixarem livros em casa – mas não. As escolas habitam o mundo do livro físico e meu público, jovens de oito anos em diante, ainda precisa de um incentivo e do cartão de crédito de seus pais para comprarem livros na internet.
Sei que é um momento de transição;
Que as editoras estão vivendo momentos economicamente difíceis;
Que a saída é publicar na net;
Que meu público alvo tem pouco acesso a essa forma de livro.
Resta a mim aguardar que a economia melhore e que as editoras voltem a publicar, e que possam honrar seus contratos. Paralelamente, que escolas invistam em tablets e tenham mais acesso a livros virtuais. E que crianças peçam a seus pais para baixarem livros pela internet.
Enquanto isso, para não desanimar, repito para mim mesma que vivemos um momento de transição.
Sem esquecer que meus textos infantojuvenis são de excelente qualidade!